Cada um de nós é por enquanto a vida. Que isso nos baste.

José Saramago

sexta-feira, 16 de novembro de 2012




nascimento de vênus


era pra ser pra todo o tempo eterno mito por ter sido terno e muito e nada é mais que pouco quase nada só lembrança esburacada onde seu rosto se desfez sua voz no silêncio se perdeu e seus passos ecoaram   na negra madrugada despertando os vendavais  e a eternidade liquefeita que me inundou nos segundos  do seu gozo que em água transmutado se me escorre pela cara a espuma onde nasci  enluarada hoje é lavra de vulcão e eu sou  lilith desvairada  trago fogo nos meus beijos troco afagos por desejos sei gemer gata no cio sei uivar fera enjaulada sei fingir que sou amada  presa prenha do amor de um canalha.
E que me venham tantos quantos,  e que me fodam pelos becos,  noites frias,  madrugadas,  que nas mãos de cada macho há a marca de você,  que em cada louca língua há o gosto de você,  que na na porra deles todos  há um nada de você.

Nenhum comentário:

Postar um comentário